Sim, é uma das fotos da desocupação da favela Parque do Engenho, ontem, e que pode ser vista no site da Folha on line. Mas quero destacar aqui também.

A coisa é muito sério.

Fiz um trabalho com a Cia de Teatro Fábrica São Paulo (pela lei de fomento ao Teatro), quando na época estava sendo construído o espaço e o teatro, que hoje é o Coletivo Fábrica SP.

Aliás, estava mesmo para dizer, engraçado, a Sra. Márcia não se lembrou de mim, numa ocasião que liguei para falar com o Sérgio Audi ou o Rosa, alguns meses depois que voltei de Londrina.

Eu deveria ter dito na hora, pra refrescar a memória da figura, que quem conseguiu as madeiras para o palco (patrocínio de uma madereira) e outras coisas para o espaço, fui eu (e sem nada em troca), quem sabe ela saísse do surto desmemoriado. Mas deixa essa questão pra lá, já me acostumei com pessoas que sofrem de amnésia, digamos, constante. E os queridos amigos nem fazem mais parte do espaço.

O que quero dizer, é que fizemos um trabalho muito legal na periferia de SP, inclusive em Capão Redondo, onde eu nunca havia estado antes.

Levamos o teatro até eles: " Em Alto Mar" de Slawomir Mrozek (considerado do teatro do absurdo). Foi bastante interessante e significativa a experiência. Tanto para nós como para eles. O resultado foi incrível, pois houveram debates regidos por segmentos do teatro do oprimido. Fora a questão de alguns nunca terem visto um espetáculo.

Voltando ao assunto inicial desta postagem, fiquei ontem chocada com a desocupação da fevela Parque do Engenho. Muitas (acho que mais ou menos 400) pessoas dormiram na rua, ao frio e chuva. Com fome (pois não tinham como cozinhar) e sem banho (banho, imagina!!!!).

Por que não esperaram um pouco mais para a ação? Aliás, e precisava DESTA AÇÃO? Por que tanta maldade?

E cadê algum vereador, deputado, prefeito ou agentes sociais nesta hora?

Se não desocuparam antes, é porque não tinham pra onde ir.

São pessoas, "gente", algumas nem gente direito porque são bebês ainda.

Enfim..... segue mais algumas fotos deste horror.