segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Linda esta foto da Sylvia Plath. Parece feliz, e está até bronzeada!


Que saudade do mar. Sim estou no Rio - como minha irmã disse quando estive agora em Sampa: como está branca, nem parece que mora no Rio! (srsr). Fui, acho que 2 dias antes do Natal na praia do Leme. Parecia uma criança (rsrsr). Brinquei muito na água... estava simplesmente delicioso. Cheguei por volta das cinco da tarde e saí sete e meia da noite com o dia ainda claro. Pensei que iria mais vezes pro mar esses dias, só que não para de chover. Preocupante até, pois chove desde o dia 31 sem parar.


Então estou em casa curtindo o que tenho por aqui. E uma das coisas é Sylvia Plath. Vai algo abaixo, um pequeno fragmento de Os Diários de Sylvia Plath 1950-1962. Transcritos originais do Smith College, editado por Karen V. Kukil com tradução de Celso Nogueira


“ Escrito, como de costume, no intervalo tenso e crucial em que eu deveria estar estudando para o exame de botânica"


Aula de Geografia (Julho 1950)


Na parte amarela do mapa,
Na parte puramente amarela do mapa
Há um milhão de homens microscópicos,
Um bilhão de homens microscópicos.
Ventinhos sopram áridos,
Chuviscos caem úmidos,
Tudo num murmúrio,
Num murmúrio fugaz
Na parte amarela do mapa.

Na parte laranja do mapa,
Na parte laranja brilhante do mapa,
Há um milhão de carros microscópicos,
Um bilhão de carros microscópicos.
Pare, pisca o sinalzinho vermelho,
Siga, pisca o sinalzinho verde.
Tudo nas encruzilhadas,
Nas encruzilhadas invisíveis
Na parte laranja do mapa.

Na parte verde-azulada do mapa,
Na parte verde-azulada fosca do mapa,
Há um milhão de cidades microscópicas.
As casinhas reluzem ao sol,
Até as pequenas ruas principais,
Todas iluminadas,
Pela débil luzinha do sol,
Na parte verde-azulada do mapa.

Na parte marrom-avermelhada do mapa,
Na parte marrom-avermelhada vistosa do mapa,
Há um milhão de árvores microscópicas.
As folhinhas das árvores brotam verdes,
Os galhinhos balançam nervosos,
Tudo no verão,
No instante que dura o verão
Na parte marrom-avermelhada do mapa.

Na parte lavanda do mapa
Na parte lavanda-clara do mapa,
Há um milhão de canhões microscópicos.
As balinhas sibilam estridentes,
As pequenas espingardas espocam,
E agora um rio
Um rio vermelho brilhante
Mancha a parte lavanda do mapa.


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