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Seres Humanos andam pra lá e pra cá, depois se deitam e se aconchegam com aquilo que lhes sobram, o mais sagrado: seus corpos, seus eus Haitianos.
Muitos hoje nadam em águas que não mais lavam e sim levam ... a quase vida.... lamas levam ....
lavam as lágrimas vivas ...
Não deves ser tão ingrata, as águas também salvam. E hidratam para uma vida que recomeça, ressurge.
Assim como a saliva, sempre nova sempre úmida sempre quente, como a que desliza sobre nossos corpos, em momentos reluzentes, e movimentos de amor.
Nancy
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Paranóia (1963)
Eu vi uma linda cidade cujo nome esqueci
onde anjos surdos percorrem as madrugadas tingindo seus olhos com
lágrimas invulneráveis
onde crianças católicas oferecem limões para pequenos paquidermes
que saem escondidos das tocas
onde adolescentes maravilhosos fecham seus cérebros para os telhados
estéreis e incendeiam internatos
onde manifestos niilistas distribuindo pensamentos furiosos puxam
a descarga sobre o mundo
onde um anjo de fogo ilumina os cemitérios em festa e a noite caminha
no seu hálito
onde o sono de verão me tomou por louco e decapitei o Outono de sua
última janela
onde o nosso desprezo fez nascer uma lua inesperada no horizonte branco
onde um espaço de mãos vermelhas ilumina aquela fotografia de peixe
escurecendo a página
onde borboletas de zinco devoram as góticas hemorróidas dasbeatas
onde os mortos se fixam na noite e uivam por um punhado de fracas penas
onde a cabeça é uma bola digerindo os aquários desordenados da
imaginação.
Roberto Piva
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