Eu sei que já havia me despedido (e ainda hoje estarei no Rio (preciso estar), mas também preciso escrever algo que me aconteceu ontem. E na verdade estou devendo informações sobre a vendedora de cigarros. Sei.. sei..
Penso que estarei sendo meio (sei lá) meio vaidosa, meio boba até.. mas... ontem pela primeira vez trabalhei com cigarrinhos contendo poemas meus (é sobre isto que quero tanto contar). E uma garota... linda... ruíva... lia na minha frente um cigarrinho que havia comprado enquanto o namorado se deliciava, totalmente inseguro, quanto qual caixinha ficar (estas indecisões acontecem muito... e eu adoro.. faz parte inclusive... não trabalho com pressa... marco de 3 a 4 horas para trabalhar... se fico sem material (o que vem acontecendo muito) em 1 hora e meia tenho que me retirar porque sem material não tem graça e o mais importante, não tem sentido... enfim, voltando pra moça... seus olhos foram se enchendo de brilho e de lágrimas... sua pele branquinha foi ficando mais rosada (e o frio ontem em Sampa estava de doer)... e ela começou a dizer sozinha: "amei... que lindo... que lindo... é meu é meu".
Eu, bem espontaneamente, pois ainda dava atenção para seu namorado, disse à ela: "que maravilha que gostou tanto, de quem é?" e ela respondeu: da poeta... Nancy Macedo.
Gente! (rsrsr) aí foi minha vez de ficar com os olhos cheio de lágrimas, ficar rosada (roxa talvez - rsrsr).
Não sei se o poema é bom ou ruim... não sei nada... talvez tenha alguns bem melhores (lógico eu quis saber qual pois haviam vários meus) ou piores... enfim...
Comecei fazer teatro aos nove anos de idade. Amo minha profissão mais que tudo neste mundo e talvez fora dele. Principalmente a dramaturgia (que sempre fora meu sonho desde criança ser dramaturga, e depois adolescente, poeta. Então estudo também pra isto... e portanto meu respeito enorme por literatura - pra mim dramaturgia é literatura). Fiz vários espetáculos, com teatros cheios, enfim... aquele momento pra mim foi tão sublime, tão sublime... foi como um municipal lotado (rsrsr). Boba... quem sabe .. senti a minha pureza de criança presente. E não há dinheiro que pague... nada paga... algumas vivências... algumas emoções.
Fui...
kisses
tô pondo o poema (o causador (rsrsr) abaixo:
Um cravo. Um cheiro. Um incenso. Um vinho. Um gosto. Um toque. Um arrepio. Um tempo. Um som na TV. Bombas. Inundações. Desmoronamentos. Corpos pelo chão. Ele deitado. Um anjo. O diabo. Um clique. A troca de canal. Uma música. Outro Clique. Ele na cama. O amor. O sonho. O sono. O dia. Ele levanta. A ida. O beijo. A despedida. A rua. O destino.
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