Um anjo torto
desses, maltrapilhos
descabelados e fedidos,
apareceu em minha frente de repente
e indagou: E aí moça, está tudo bem?
Tudo bem - eu disse.
Você não tem medo - perguntou.
Medo do quê - eu perguntei.
Medo de ficar sozinha - ele disse.
Não, não tenho medo disto - eu disse.
Aliás, não fui eu quem te convidou - eu retruquei.
Sim, mas eu já estava por aqui - ele falou.
E continuou:
Na verdade não tenho o que fazer na vida.
Sei, sei - eu falei.
Que tal tomarmos uma breja - eu convidei.
Ok - ele respondeu.
Era o que eu precisava – completou.
É o que eu preciso. Eu afirmei.
(Nancy)
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