Bem na correria mas eis o poema do dia... (rsrsr) besteira minha. Na verdade, agora pouco eu quis um pouco deste poeta que adoro e que há anos atrás, bem ao acaso, li um poema seu e foi aquela coisa: amor à primeira leitura.
E fiquei assustada na ocasião por saber de sua morte tão precoce e pressentida, aos 32 anos, em 27 de novembro de 1962 - explosão de um Boeing da Varig.
Então, um pouco de Mário Faustino.
ROMANCE
Para as Festas da Agonia
Vi-te chegar, como havia
Sonhando já que chegasses:
Minha teu vulto tão belo
Em teu cavalo amarelo,
Ano meu, que, se me amasses,
Em teu cavalo eu partira
Sem saudade, pena, ou ira;
Teu cavalo, que amarraras
Ao tronco de minha glória
E pastava-me a memória
Feno de ouro, gramas raras.
Era tão cálido o peito Angélico, onde meu leito
Me deixaste então fazer,
Que pude esquecer a cor
Dos olhos da Vida e a dor
Que o Sono vinha trazer.
Tão celeste foi a Festa,
Tão fino o Anjo, e a Besta
Onde montei tão serena,
que posso, Damas, dizer-vos
E a vós, Senhores, tão servos
De outra Festa mais terrena
Não morri de mala sorte,
Morri de amor pela Morte.
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