sexta-feira, 17 de junho de 2011




Bem na correria mas eis o poema do dia... (rsrsr) besteira minha. Na verdade, agora pouco eu quis um pouco deste poeta que adoro e que há anos atrás, bem ao acaso, li um poema seu e foi aquela coisa: amor à primeira leitura.


E fiquei assustada na ocasião por saber de sua morte tão precoce e pressentida, aos 32 anos, em 27 de novembro de 1962 - explosão de um Boeing da Varig.


Então, um pouco de Mário Faustino.



ROMANCE



Para as Festas da Agonia

Vi-te chegar, como havia

Sonhando já que chegasses:

Minha teu vulto tão belo

Em teu cavalo amarelo,

Ano meu, que, se me amasses,

Em teu cavalo eu partira

Sem saudade, pena, ou ira;

Teu cavalo, que amarraras

Ao tronco de minha glória

E pastava-me a memória

Feno de ouro, gramas raras.

Era tão cálido o peito Angélico, onde meu leito

Me deixaste então fazer,

Que pude esquecer a cor

Dos olhos da Vida e a dor

Que o Sono vinha trazer.

Tão celeste foi a Festa,

Tão fino o Anjo, e a Besta

Onde montei tão serena,

que posso, Damas, dizer-vos

E a vós, Senhores, tão servos

De outra Festa mais terrena

Não morri de mala sorte,

Morri de amor pela Morte.

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