terça-feira, 8 de dezembro de 2009


Foto lá do ATO no Parlapatões, domingo.


Nosso Amado Mário Bortolotto dá sinais de resistência e melhoras.


E nós continuamos aqui na maior concentração. Emitindo nossos maiores e melhores pensamentos, nossa energia positiva e nosso amor por ele.

Tô botando um poema do Mário, que adoro demais e cujo criei uma performance - apresentei somente em Londrina.




Do lado de cá da cidade faz muito frio...



Talvez por isso os amigos bebam demais.

Talvez por isso eu sempre cruzo as figuras no cinema.


Do lado de cá da cidade existem acordos fraternos,


talvez por isso as pessoas estão sempre


magoadas umas com as outras,


e choram tanto,


e escrevem os nomes das outras


em folhas amarelas de cadernos,


e bebem tanto.


Do lado de cá da cidade nunca faz sol.


Talvez por isso, tantos blues, tantos blues,


e a garrafa de café sempre vazia,


os dedos calejados da máquina de escrever,


e o copo de gim pela metade.



Do lado de cá da cidade chove todas as noites



talvez por isso as pessoas tenham


tantas idéias mirabolantes e irrealizáveis,


talvez por isso as mesas no bar estão sempre reservadas,


talvez por isso eles bebem tanto.


Do lado de cá da cidade faz frio,


existem acordos fraternos,


nunca faz sol,


chove todas as noites,


as pessoas bebem demais,


e são todas muito sensíveis.


Eu já estive uma vez do outro lado da cidade,


só uma vez.








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