sábado, 11 de julho de 2009


Temo, Lídia, o Destino. Nada é Certo


Temo, Lídia, o destino. Nada é certo.
Em qualquer hora pode suceder-nos
O que nos tudo mude.
Fora do conhecido é estranho o passo
Que próprio damos.
Graves numes guardam
As lindas do que é uso.

Não somos deuses; cegos, receemos,
E a parca dada vida anteponhamos
À novidade, abismo.


Ricardo Reis, in "Odes"

(Heterônimo de Fernando Pessoa)


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