domingo, 30 de maio de 2010
Pequena homenagem aos povos Ciganos. Comemorado em 24/05 - Dia de Santa Sarah de Kali (cigana).
(por Aiyan Zahck - A Cultura Cigana)
Fogo, música, dança, alegria, sedução, paixão.
Ser cigano é percorrer esta estrada
sem se prender a nenhuma estação.
Ser cigano é acender uma fogueira no próprio coração
para dançar a vida com magia, coragem e paixão.
Ser cigano é brincar com fogo sem se queimar.
Ser cigano é beber vinho sem se embriagar.
Ser cigano é se apaixonar sem se aprisionar.
Ser cigano é sempre dançar sem, jamais tropeçar.
Ser cigano é cantar as palavras do seu coração
com beleza, força e sedução.
Ser cigano é sempre estar atento para ver
em que direção vai soprar o vento.
Ser cigano é nunca temer a liberdade do risco de viver.
Ser cigano é aceitar a vida como uma melodia que,
como tudo, tem seu princípio, meio e dia.
Ser cigano é saber seduzir,
sem se seduzir pela própria sedução.
Ser cigano, enfim é ser humano e brilhar assim mesmo.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
quarta-feira, 26 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
"Vai Passear"
Outro dia, na verdade já fazem uns 15 dias, eu estava indo para Galeria Olido, e no ônibus me lembrei de uma personagem que eu fiz na peça "Tanto Faz" - adaptação do livro do escritor Reinaldo Moraes, por Mário Bortolotto. A direção era do Mário Bortolotto também.
Eu pensava: "por que não consigo fazer aquilo? por que não consigo mandar um monte de coisas irem passear?
Nesta peça, que eu adorava fazer, pois o elenco era enorme, nos divertíamos muito, a trilha sonora era maravilhosa, enfim... eu fazia 3 personagens. Essa, do vai passear, só entrava em cena e dizia isto. Só que a platéia vinha abaixo, era um riso geral. Na estréia até me assustei. Eu fazia a cena com o grande Wiltão - o ator Winton Andrade.
O Mário, caía na gargalhada, juntamente com a platéia, em todas apresentações (ele também atuava na peça e se não me engano também operava o som). Ele dizia que era o melhor que eu fazia na Mostra. Eu queria morrer... pois na mesma peça fazia outras duas personagens com bem mais atuação, fazia outras duas peças onde meus personagens eram de destaque (a prostituta ingênua de Cambé em "Cooconings" e a Sacha em "Fuck You Baby" - então, eu ficava puta da vida (risos) enfim.... hoje, se passado 10 anos... é 10 anos, isto foi em 2000, percebo que de certa forma ele tinha razão.
Tinha razão pelo seguinte, era o melhor porque numa frase (lógico com a ajuda de meu parceiro - o que eu gostaria de falar um dia aqui sobre - da importância da cumplicidade com quem se está atuando - é como num jogo: futebol, vôlei, truco etc), voltando, ela, a personagem, não só dizia uma frase: ela andava, ela respirava, ela tinha um jeito (dela) de parar, de girar o quadril, de levantar o braço, de dizer: "VAI PASSEAR!!!", e sair. Ela estava VIVA. ELA estava em CENA. (Lógico a atriz muito mais Ok) E precisamos valorizar nossas palavras.... principalmente as breves; as frases curtas (por querer ou não). No teatro e na vida.
Mas o que quero falar mesmo, é dessa coisa de não conseguirmos mandar certas coisas irem passear.... e realmente fazer com que elas vão. Não digo só pessoas (as paixões não tão bem sucedidas, os malas, os negativos, os pessimistas, os idiotas etc), falo também de pensamentos imbecis, de inseguranças absurdas, de saudades, de seguranças absolutas, etc. Digo, da percepção, e mais que isto, da certeza do que está nos incomodando e nos livrarmos rapidamente daquilo.
Não sei. Só sei que fiquei com saudade daquela personagem. Refleti algumas coisas. Em algumas ocasiões, o melhor mesmo, é só dizer: Vai passear!!!
sábado, 22 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Estou meio sem palavras. Triste. O querido Marcos Cesana... (não consigo escrever, vou copiar um comentário que a atriz Brenda Ligia deixou e que também escreveu em seu blog).
"Nossa vida é como uma comédia: ninguém repara se foi longa, e sim se foi bem representada."
Sêneca
Sêneca
Uli Burti, Marcos Cesana e Hermano Penna em Gramado
(Marcos Cesana nasceu em São José do Rio Preto em 1966)
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Sylvia Plath
Danças Noturnas
Um sorriso caiu na relva.
Irrecuperável!
E como vão se perder
Suas danças noturnas? Na matemática?
Estas espirais e saltos puros -
Viajam pelo mundo
Para sempre, e não me sentarei
De todo esvaziada de belezas, o presente
De sua suave respiração, a grama úmida,
O aroma de seus sonhos, lírios, lírios.
Sem relação com sua carne.
Dobras frias do ego, o copo-de-leite,
E o tigre, se enfeitando todo -
Pintas, e um espelhar de pétalas quentes.
Os cometas
Têm tanto espaço para percorrer,
Tanta frieza, esquecimento,
Teus gestos se lascam -
Mornos e humanos, sua luz rósea
Sangrando e descansando
Pelas negras amnésias do céu.
Por que me dão
Estas lâmpadas, estes planetas
Caindo como bênção, como flocos
Com seis lados, brancos
Sobre meus olhos, meus lábios, meus cabelos
Tocando e derretendo.
Lugar nenhum.
Do livro ARIEL
Tradução:
Rodrigo Garcia Lopes e
Maria Cristina L. de Macedo
domingo, 16 de maio de 2010
(Frei Tito)
Passei a Virada Cultural em meu sofá. Me revirando com meu balde de pipocas e filmes. Assisti um filme que queria muito, pois quando lançado eu estava morando em Londrina. E lá...
Li o livro Batismo de Sangue, por Frei Beto, já há alguns anos. É um ótimo livro. Mostra um momento importante de nossa história no auge da ditadura militar brasileira. E fiquei, desde então, impressionada com um ser, um personagem, Frei Tito (estudante de filosofia e frade - assim como os outros Frei Beto etc.). Cujo sua história inspirou uma bela canção do Madan.
Então, só agora assisti ao filme "Batismo de Sangue" ; e fiquei novamente impresssionada com duas coisas: a maneira como o diretor demosntrou a tortura - sempre tão apática e ali tão real; e a interpretação do ator Caio Blat.
Frei Tito não foi um herói, bem longe disto, (como ele mesmo sacou) e sim heróis todos os grandes seres: homens e mulheres que lutaram contra a ditadura, a favor de NOSSA liberdade.
São noites de silêncio
Vozes que clamam num espaço infinito
Um silêncio do homem e um silêncio de Deus.
Passei a Virada Cultural em meu sofá. Me revirando com meu balde de pipocas e filmes. Assisti um filme que queria muito, pois quando lançado eu estava morando em Londrina. E lá...
Li o livro Batismo de Sangue, por Frei Beto, já há alguns anos. É um ótimo livro. Mostra um momento importante de nossa história no auge da ditadura militar brasileira. E fiquei, desde então, impressionada com um ser, um personagem, Frei Tito (estudante de filosofia e frade - assim como os outros Frei Beto etc.). Cujo sua história inspirou uma bela canção do Madan.
Então, só agora assisti ao filme "Batismo de Sangue" ; e fiquei novamente impresssionada com duas coisas: a maneira como o diretor demosntrou a tortura - sempre tão apática e ali tão real; e a interpretação do ator Caio Blat.
Frei Tito não foi um herói, bem longe disto, (como ele mesmo sacou) e sim heróis todos os grandes seres: homens e mulheres que lutaram contra a ditadura, a favor de NOSSA liberdade.
Escrito de Frei Tito antes do suicídio:
São noites de silêncio
Vozes que clamam num espaço infinito
Um silêncio do homem e um silêncio de Deus.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Não consigo esconder minha paixão por
Vinicius de Moraes
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.
Soneto da separação
De repente do riso
fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas
fez-se a espuma
E das mãos espalmadas
fez-se o espanto.
De repente da calma
fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Poética
Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
(Luciano Qurino e Marcos Cesana)
Fiquei sabendo que o ator, que é também dramaturgo, um cara muito bacana, gente de boa, engraçado pra caramba, talentoso pra caramba, o Marcos Cesana (sabem né... fez vários filmes, peças, TV - tive o prazer de trabalhar com ele na peça "O Herói Devolvido" - adaptação do livro com mesmo título, do escritor e meu amigo Marcelo Mirisola (por Mário Bortolotto, que também dirigiu), então, o Cesana teve um derrame e está no hospital.
Fiquei sabendo que o ator, que é também dramaturgo, um cara muito bacana, gente de boa, engraçado pra caramba, talentoso pra caramba, o Marcos Cesana (sabem né... fez vários filmes, peças, TV - tive o prazer de trabalhar com ele na peça "O Herói Devolvido" - adaptação do livro com mesmo título, do escritor e meu amigo Marcelo Mirisola (por Mário Bortolotto, que também dirigiu), então, o Cesana teve um derrame e está no hospital.
Creio que pensamentos e energias positivas nunca são demais. Que ele saia intacto desta. Luzes pro Cesana. Mais Luzes, quero dizer.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Maura Baiocchi in 'Submerge' - in cooperation with Artanker Convoy at the Oasis Festival - Chashama Theater - Manhattan - NYC - 2002.
O espetáculo será veiculado como experiencia multi-midia: dança, música original e ao vivo (Artanker Convoy - Nova Iorque/EUA), instalação cênica, poesia e videoenvironmentperformance. Também será lançado um livro sobre. As apresentações serão em final de agosto e início de setembro. Dou notícias por aqui.
Então, como também tenho que correr atrás de outras cositas.... espero nas folgas poder assistir tudo por aí e tomar aquela breja com os amigos.
Estarei meio sumida e na correria nestes próximos meses. Estou fazendo (iniciado semana passada) estágio de criação com Maura Baiocchi e Wolfgang Pannek (Taanteatro Companhia) com o núcleo do NuTAAN 2010.
O NuTAAN 2010 integra o projeto DAN contemplado pelo Programa Municipal de Fomento à Dança para São Paulo. O NuTAAN 2010 visa, além da introdução aos conceitos e às técnicas básicas do teatro coreográfico de tensões, a criação e apresentação de um espetáculo concebido coletivamente a partir do processo de criação para-coreográfico "rito de passagem". O eixo temático da pesquisa é a tensão entre ancestralidade e meio-ambiente urbano.
O espetáculo será veiculado como experiencia multi-midia: dança, música original e ao vivo (Artanker Convoy - Nova Iorque/EUA), instalação cênica, poesia e videoenvironmentperformance. Também será lançado um livro sobre. As apresentações serão em final de agosto e início de setembro. Dou notícias por aqui.
Então, como também tenho que correr atrás de outras cositas.... espero nas folgas poder assistir tudo por aí e tomar aquela breja com os amigos.
sábado, 8 de maio de 2010
Foto de o5 de março 2000.
Lawrence Ferlinghetti e o poeta cubano Pablo Armando Fernandez
Vida Infinda
(Lawrence F. tradução de Paulo Leminski)
Infinda a esplêndida vida do mundo
Infindos seus lindos seus vivos seus vívidos
seus lindos seres vivos
ouvindo e vendo pensando e sentindo
dançando e rindo soluçando e ganindo
por tardes infindas
infindas noites
de amor e êxtase júbilo e agonia
bebendo e queimando falando e cantando
em infindas Amsterdams
da existência
com infindos diálogos animados
sobre infindas xícaras de café
em clubes literários nas manhãs de chuva
Infindos filmes das ruas passando
em carros e trens de desejo
nas infindas trilhas da luz
E infindos cabelos longos dançando
ao som do punk rock e da disco
através de Vias Lácteas meia-noites
até os Paradisos da madrugada
falando e fumando e pensando
do tudo infindo da noite
no alvo leite da noite a luz da noite
Ah sim oh sim o infindo viver e amar
odiar e amar beijar e matar
Infinda a tique-taque respira tritura
máquina-carne da vida
gira-girando através do tempo
Infinda vida e infinda morte
infindo ar e infindo respirar
_____________________________________________
Nunca transei com a beleza em minha vida
Nunca transei com a beleza em minha vida
Fiquei me repetindo
suas graças máximas
Nunca transei com a beleza em minha vida
mas quem sabe transei
fiquei me repetindo
a beleza nunca morremas fica à parte
entre os aborígenes
da arte
e muito acimados campos em que o amor batalha
É bem lá no alto disso tudo
é claro
Senta no mais raro trono
do templo
lá onde os diretores de arte se acham
para escolher as coisas.
dignas de imortalidade
Eles sim transaram com a beleza
a vida inteira
E provaram do orvalhomel
e beberam os vinhos do paraíso
assim eles sabem muito bem como
uma coisa linda é uma jóia
infinda e infinda
e como nunca nunca ainda
vai virar uma máquina
de perder dinheiro
como alguma coisa sem vida
Ah não eu não transei
espaços de beleza como esses
com medo de acordar de noite
com medo de não perceber
algum movimento que a beleza fez
Mesmo assim eu dormi com a beleza
no meu jeito desajeitado
e aprontei mil e umas
com a beleza na minha cama
e assim lá se vai um poema ou dois
e assim lá se vão dois poemas ou um
nesse mundo com cara de Bosch.
De Vida sem fim
Os melhores poemas de Ferlinghetti
Seleção de Ferlinghetti
Ed. Brasiliense, 1984
quarta-feira, 5 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
Acho que é a primeira vez que vou comentar aqui sobre um filme que assisti. Na verdade, uma das coisas prediletas em minha vida (e cotidiana) é jogar-me em meu sofá com um balde de pipocas e assistir a vários filmes. Geralmente são coisas que já foram exibidas no cinema e não vi. Noutras, coisas que quase ninguém vê...
Mas hoje quero recomendar, pra quem não assistiu, esse filme acima. Pra falar a verdade eu nem sabia de sua existência (a pessoa bem por fora - o filme é famoso (risos).
Vou botar abaixo a sinopse que copiei na net (tô na correria).
Recomendo pra quem não assitiu, porque, além da história (que é real) ser muito interessante, tem um lance bem bacana com a construção do filme - com a criatividade do diretor. Bem... quem assistiu sabe o que eu digo. Senão tem por aí em DVD.
"O Escafandro e a Borboleta"
titulo original: (Le Scaphandre et le Papillon)
lançamento: 2007 (França) (EUA)
direção: Julian Schnabel
atores: Mathieu Amalric , Emmanuelle Seigner , Marie-Josée Croze , Anne Consigny , Patrick Chesnais
duração: 112 min
Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) tem 43 anos, é editor da revista Elle e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória.
domingo, 2 de maio de 2010
Um pouquinho de MAHATMA GANDHI
(02-10-1869 / 30- 01-1948)
Neste lindo domingo de céu azul - ensolarado (aqui em SP).
" ... as gerações por vir terão dificuldade em acreditar que um homem como este realmente existiu e caminhou sobre a terra."
(Albert Einstein)
"A vida merece algo além do aumento da sua velocidade."
(Gandhi)
"O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não."
(Gandhi)
"Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que não pode ser dividido com as multidões é tabu."
"Não tente adivinhar o que as pessoas pensam a seu respeito.
Faça a sua parte, se doe sem medo.
O que importa mesmo é o que você é.
Mesmo que outras pessoas não se importem.
Atitudes simples podem melhorar sua vida.
Não julgue para não ser julgado...
Um covarde é incapaz de demonstrar amor
- isso é privilégio dos corajosos."
(M. Gandhi)
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