Sylvia Plath
Danças Noturnas
Um sorriso caiu na relva.
Irrecuperável!
E como vão se perder
Suas danças noturnas? Na matemática?
Estas espirais e saltos puros -
Viajam pelo mundo
Para sempre, e não me sentarei
De todo esvaziada de belezas, o presente
De sua suave respiração, a grama úmida,
O aroma de seus sonhos, lírios, lírios.
Sem relação com sua carne.
Dobras frias do ego, o copo-de-leite,
E o tigre, se enfeitando todo -
Pintas, e um espelhar de pétalas quentes.
Os cometas
Têm tanto espaço para percorrer,
Tanta frieza, esquecimento,
Teus gestos se lascam -
Mornos e humanos, sua luz rósea
Sangrando e descansando
Pelas negras amnésias do céu.
Por que me dão
Estas lâmpadas, estes planetas
Caindo como bênção, como flocos
Com seis lados, brancos
Sobre meus olhos, meus lábios, meus cabelos
Tocando e derretendo.
Lugar nenhum.
Do livro ARIEL
Tradução:
Rodrigo Garcia Lopes e
Maria Cristina L. de Macedo
sempre fui apaixonada por ela minha diva
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