O escritor Wilson Bueno recebe homenagem na Casa das Rosas, amanhã, terça-feira, 15/06 (19h30).
Organizado por Claudio Daniel.
Alfredo Frésia, André Dick, Eduardo Jorge, Frederico Barbosa, Horácio Costa, Maria Esther Maciel, Micheliny Verunschk, Rodrigo Garcia Lopes e Virna Teixeira vão ler contos, poemas e trechos de romances de Bueno.
Os Pelicanos
(Wilson Bueno)
Os pelicanos são como avis raras, e moram, em seu silencioso coração, as reticências.
Arcar com o severo pesadume do bico é, deles, dos pelicanos, uma insubstituível marca e, de certo modo, um glorioso acinte. Pudessem, não envergariam pela vida afora os bicos como trombas tristes e nem exibiriam as longas melancólicas pernas feito uma humilhação compulsória.
Ah, guardam, no escuro papo guardam uma esmeralda viva e sonham por nós o sonho oblíquo de que sendo sumamente feios, de físico e de feição, nós, os dois, neste lago merencóreo, alcancemos soar, quem diria?, perfeitamente escarlates.
Voar não podemos dada a complexidade do corpo contra a magra asa. Assim, jaburu, o nariz e a dilatada marca de teu lábio inchado.
Arcar com o severo pesadume do bico é, deles, dos pelicanos, uma insubstituível marca e, de certo modo, um glorioso acinte. Pudessem, não envergariam pela vida afora os bicos como trombas tristes e nem exibiriam as longas melancólicas pernas feito uma humilhação compulsória.
Ah, guardam, no escuro papo guardam uma esmeralda viva e sonham por nós o sonho oblíquo de que sendo sumamente feios, de físico e de feição, nós, os dois, neste lago merencóreo, alcancemos soar, quem diria?, perfeitamente escarlates.
Voar não podemos dada a complexidade do corpo contra a magra asa. Assim, jaburu, o nariz e a dilatada marca de teu lábio inchado.
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