sexta-feira, 14 de maio de 2010


Não consigo esconder minha paixão por


Vinicius de Moraes



Pela luz dos olhos teus


Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar

Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar

Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará

Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.




Soneto da separação



De repente do riso
fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas
fez-se a espuma

E das mãos espalmadas
fez-se o espanto.
De repente da calma
fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.



Poética



De manhã escureço

De dia tardo

De tarde anoiteço

De noite ardo.


A oeste a morte

Contra quem vivo

Do sul cativo

O este é meu norte.

Outros que contem

Passo por passo:

Eu morro ontem

Nasço amanhã

Ando onde há espaço:

– Meu tempo é quando.








2 comentários:

  1. Nancy, que coisa boa poder encontrar uns poeminhas dele aqui, nesse friozinho que tá fazendo em Sampa, essas palavras aquecem a gente


    Beijo,
    Ge.

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  2. Também acho. E bota friozinho nisso né!!!

    Beijo, Ge.

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