quarta-feira, 25 de março de 2009

Trago neste cigarro barato
Enquanto observo goiabas
Devastadas pelo tempo
(podres)
despencarem do pé.

Sem qualquer ruído,
As abelhas avançam e as devoram.
- O silêncio é gritante e me apavora -

Automóveis transitam esporadicamente.
Nítido aos ouvidos, somente

o sibilo dos pássaros, e o vento.

Nesta manhã, que não é mais tão manhã,
o silêncio segue realizando sua função:
Apavorar-me.

Os pássaros não são afetados.
Não se dão conta do tal silêncio:
Festejam em algazarras.
Cantam o dia como já bastado
por terem acordado,
e assim, estarem remunerados.

Neste caso:
Nada de correr atrás de trabalho.
Nada de telefonemas.
Nada com os correios.
Nada de e-mails.
Enfim, nada com o dinheiro.

Eis a vida
Tranquila, doce e digna,
de pássaro.


(Nancy - Londrina 2007- )

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