quarta-feira, 10 de junho de 2009

Campus da USP.

Tomei liberdade de copiar a postagem do jornalista Jotabê Medeiros falando do acontecido. Também pela sua cobertura do encontro tratando da Lei Rouanet:

Da Democracia

meu filho me liga esbaforido da usp. foi há uns 10 minutos.

"estão jogando bombas aqui, pai! cercaram a faculdade! estão atirando nas pessoas!"

pela primeira vez desde a redemocratização do país, a polícia invade a usp e desce o sarrafo nos alunos, que estão em greve.

mesmo durante a ditadura, a universidade sempre foi encarada como um território sagrado (apesar dos dedos-duros da repressão infiltrados).

cacetetes e bombas contra garotos de 18, 20 anos? meu filho não apoiou a greve desta vez, preferia outra forma de debate e manifestação. ele acha ridículo estudante dizer que está em "greve". "greve é para trabalhador; estudante faz manifestação, protesto", diz.

disse para ele sair de lá mas ele disse que vai ficar, está preocupado com os colegas e com a truculência da polícia de josé serra, que já foi líder estudantil.

acho que tem governante que não consegue entender direito o espírito democrático.nem vai entender nunca. acha que o exemplo do uso da força lhe confere autoridade.

massacra e persegue os que lhe são contrários. simula tolerância, mas não consegue ouvir uma só pergunta que lhe seja "desfavorável". daí já quer bater. ou mandar bater, ou demitir, porque não tem coragem.

ontem à noite eu cobri um debate sobre a lei rouanet no centrão. fiquei impressionado também com a truculência de dois grupos, um a favor e outro contra a reforma da lei rouanet. o grupo contra reclamava de estar sendo cerceado em sua liberdade de expressão, porque não estava conseguindo falar.mas, para falar, tinha de entrar numa fila, eram dois microfones, haviam centenas de pessoas no local e pelo menos uma dezena delas também queria falar.

entrar na fila, submeter-se ao rito democrático, isso não parece justo para quem se julga acima dos comuns, especial, ungido.o outro grupo, a favor, especialmente o pessoal do movimento 27 de março, fazia barulho em bando para encobrir uma total falta de civilidade.quando conseguiam voz, repetiam sofismas e dogmas em cascata, e ficava evidente a vaidade, o personalismo, a vontade de se projetar à custa do uníssono.não faziam uma pergunta, não tinham uma questão, tinham somente assertivas, discurso, fome de autopromoção.não ajudaram no debate, muito pelo contrário. não têm clareza nem do que querem.

é uma democracia ainda imatura, essa nossa.

Postado por el pájaro que come piedra às 13:58 0 palpites

Negligência (s)

I
O tempo ESVAINDO...
Indiferenças dos dias
Resquícios
Do que nunca foi
Sem perspectivas:
A Deus dará.

II
Bucetas
Peludas
Mal amadas
Mal ensaboadas
Mal acarinhadas
Catacumbas implorando
Serem penetradas.

III
Pênis
Sem ter por serem
Deformados
Na força musculosa da cabeça
Conscientia fraudis
Na dimensão do pé.

IV
Línguas
Ácidas
Por onde
A digestão
Não passa
Amora não mancha
Porra não esbarra
Advertência:
Falácia letal!

V
Gênios
Egocêntricos
Parasitas
Confinados
Nos carros
Nos lares
Nos motéis
Nas igrejas
Nos palácios
Imaginários.

VI
Difamadores
Do mundo
Negligencia dores
Do presente
Do passado
Do eu
Do outro

Calados
Aceitam tudo
Que lhes é empurrado
Goela abaixo.

VII
Na verdade
Corpos estressados
Inocentes disfarçados
Descansando
Nos braços de cristo
(tranquilamente)
Possuídos
Pela pobreza de espírito

Num

Sé cu lo

Fra g men ta do.


Nancy 200(4) 200( ) 200(9)

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