quarta-feira, 29 de abril de 2009

Dançando este soneto, sob teclas macias... num dia em que todas partículas e partituras parece quererem se unir, para formar um único solo.

(Nancy)

(Pina Bausch)


Soneto do Amor Total
(Vinícius de Morais)

Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


Leila Diniz


"Você pode amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra"

terça-feira, 28 de abril de 2009

Amely - Uma mulher de verdade - Pryscila Vieira


Se não conseguir ler, vá direto no link ao final e boa leitura!!!




CLIQUE ABAIXO LINK
Pôr-do-Sol - Hoje 17h27 - com raios mais contidos que ontem

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Pôr-do-Sol - 17h25 - esbanjando raios.

Capa do disco "The Doors" - janeiro 1967 - que contêm:

A COZINHA DA SUA ALMA
Soul Kitchen
(The Doors - tradução letra: Pablo Aluísio)


Bem, o relógio diz que agora é hora de fechar
Acho que agora é melhor ir embora
Eu realmente gostaria de ficar aqui a noite toda
Os carros vão passando lotados de olhares
As luzes da rua deixam seu rastro falso
Seu cérebro parece ter sido esmagado pela surpresa entorpecida
Ainda há um lugar para ir
Ainda há um lugar para ir
Me deixe dormir a noite toda na cozinha da sua alma
Aquecer minha mente em seu suave fogão
Me ponha para fora e eu vou ficar vagando, baby
Cambaleando nos bosques de neon
Seus dedos tecem minaretes vívidos
Falam em alfabetos secretos
Eu acendo mais um cigarro
E aprendo a esquecer, aprendo a esquecer
Aprendo a esquecer, aprendo a esquecer
Bem, o relógio diz que agora é hora de fechar
Acho que agora é melhor ir embora
Eu realmente gostaria de ficar aqui a noite toda
A noite toda, a noite toda.



domingo, 26 de abril de 2009

Madan, Arrigo, Neuzza e Ronaldo

Mário Bortolotto e Madan, ontem, na biblioteca Alceu Amoroso Lima, depois do bate papo com a galera, deram uma canja musical. O Madan tocou várias canções, na realidade poemas, que ele musicou. Bom, pra mim é difícil falar porque sou fã mor do cara. Aconteceu uma coisa bem bacana durante a apresentação do Madan: havia na platéia várias crianças "seu fã clube infantil" (rsrs) - foi muito bom, eles pediram músicas, cantaram junto, fizeram coro... lindo. "Brincando com as Palavras" é o nome do CD - com poemas musicados de José Paulo Paes (foto dos dois acima- o poeta infelizmente faleceu logo depois da realização do trabalho). Gente, é bom demaisssss. Parece que os Cds estão esgotados, faz tempo que foram lançados, mas muita gente ainda não conhece, e o Madan garantiu que estão pra serem relançados logo mais....pra sorte nossa (não sou criança, mas adoro o CD, e não o tenho... (rsrs), também pra sobrinhos...enfim...criança é que não falta! E esse abaixo, pra quem não conhece é o Arrigo Barnabé.

Acompanho o programa "Supertônica", do Arrigo Barnabé, há muito tempo. Em Londrina é transmitido aos domingos á tarde (pelo menos era). Aqui em Sampa é transmitido aos domingo ás 21h pela Cultura FM. Não perco um. Hoje a entrevistada foi a magnífica Neuzza Pinheiro (agora com 2 zz). Ficou aquele gostinho de quero mais... mas ela estará no Sesc Vila Mariana em maio "GRATIS" ( imperdível!!!) Confira abaixo.

NEUZZA PINHERO - A cantora, compositora e poeta paranaense participou da Vanguarda Paulistana com Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. No show, acompanhada do Bando de Olodangos, Neuzza apresenta composições de autores como M. Nascimento, Chico Buarque, Gil, Torquato/Caetano e Dorival Caymmi.

O SESC Vila Mariana apresenta em maio CANÇÕES DE TRABALHO

O projeto reúne artistas interpretando canções ligadas ao universo do trabalho, tanto do ponto de vista do ofício em si, quanto das relações características deste meio.

Neuzza Pinheiro

Dias 02, 16 e 30, sábados, às 13h30

Praça de Eventos

Grátis

SESC Vila Mariana

Rua Pelotas, 141 -

Fone: 5080-3000 De terça a sexta, das 9h às 21h30

Mudando de assunto...... sou palmeirense. Bem, como todos sabem, nada de final. Gosto muito de futebol. Principalmente assistir uma partida "ao vivo", assim como assiti várias finais no Morumbi, Pacaembú, e lógico no nosso Palestra, inclusive no campo, quando criança. Acho terrível gente fanática em futebol, a grana envolvida nesse esporte, a vilência que gera, etc. etc. etc., mas piro assistindo uma partida, principalmente quando é uma "boa partida" como foi hoje Corinthians e Santos. O Ronaldo estava pleno, perfeito....que gols lindos!!! adorei!

sábado, 25 de abril de 2009

HOJE 18h30


Ficou pequena demais a imagem (rsrs).

mas, hoje na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, que fica perto da Pça Benedito Calixto, precisamente na Henrique Schaumann 777 - quem for pra feira de arte, depois .... (eu queria estar lá agora comendo um acarajé hummm, gulosa porque acabei de almoçar (rsrs)), e pra quem estiver longe também..... enfim.... o compositor e músico Madan e o dramaturgo, ator e diretor Mário Bortolotto estarão lá mandando poesia e música. O projeto tem uma vasta programação - Imperdível... Todos !!!!

Pra mais informações acesse:
zonabranca.blog.uol.com.br

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Blogs


Visito alguns blogs regularmente. Um deles é Espelunca do jornalista, escritor, poeta e meu amigo Ademir Assunção. Pra quem foi ao meu show último, o Esférico, é o poeta do , que alguns pediram muito pra eu repetir (rsrsr) a última não deu, já era a terceira vez !!! O Ademir produziu um CD, já faz algum tempo, e pra mim é uma das melhores coisas produzidas nos últimos anos: "Rebelião na Zona Fantasma", no CD encontramos uma linda parceria do Ademir com o Zeca Baleiro. Eis a capa/encarte.

Na realidade tô querendo dizer que tô colocando aqui nos meus links Zeca Baleiro e Jotabê Medeiros. Li no blog do Ademir postagens dos caras, e até pra que eu os leia mais.... melhor estar aqui ao lado.

Conheci a Lúcia, irmã do Zeca, já faz tempo, quando eu fazia uma performance " Eu Você e Poesia" no Juvercinah e ela iria também apresentar seu trabalho - maravilhosa, grande, grande poeta e artista. Engraçado eu iria falar disto outro dia, ainda vou, aconteceu algo muito interessante num daqueles dias.

Tive o prazer de conversar com o Zeca quando eu fazia Footfalls. Sou fã do cara. E Jotabê, jornalista implacável, tive o imenso prazer de tomar algumas brejas com ele e um pessoal que participava do Festival de Literatura, no bar do "Seu Lucílio" em Londrina.

Precisamos ampliar nossos horizontes!!!!!

Por hoje é isto......


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Carta aberta para alguém distante

Meu querido amigo Paiô. Estou escrevendo pra ti aqui no meu singelo blog. Tá lembrando deste lugar? É a lagoa de Curimatá. E pensar que nadei tanto aí !!! Peguei a foto na internet.

Você me deu um susto ontem. Eu não sabia que havia partido. Fiquei em Londrina 3 anos, e você partiu logo depois que fui. Neste período somente estive em SP duas vezes e bem corrido. Mas você partiu lá no Piauí, em Curimatá - naquele lugar que você amava tanto.

Derramei baldes de lágrimas, contando ontem e hoje. Como descobri? (rsrsr) foi engraçado, senti saudades de você esses dias. Achei aqueles desenhos que você fazia pra mim. Pensei em ligar, mas pensei que talvez estivesse casado (não eu não me casei ainda), mas ontem decidi ligar, queria te convidar pra uma breja. Pensei que mesmo que estivesse com alguém, não teria problema, terminamos o namoro e ficamos muito amigos ainda depois. Aí coloquei seu nome na internet. Foi engraçado porque eu iria direto na lista telefônica, mas sem querer joguei no google. Achei uma matéria linda sobre uma tal cartilha 21 do governo federal, entregue em Curimatá ("...tendo como eixo central: sustentabilidade compatibilizando a conservação ambiental a justiça social e o crescimento econômico"...) que maravilha....eu sabia que estava metido naquilo...lógico...você...que cheio de sonhos pegou teu piano e foi pro mato (sertão do Piauí) sem conhecer ninguém...pela música. E lá não aguentou ficar alheio aos problemas socias. (Estou chorando)...ah...me lembrei das vezes que estive lá, das viagens até Brasília - conheci a Esplanada dos Ministérios - almocei lá dentro, lembra? Esperar o dia todo pra pegar o ônibus pra Curimatá. Depois a viagem de horas infinitas com bodes, galinhas.... naquela estrada longa de terra .......

Aquela pobreza toda, as pessoas sem água pra beber, sem o que comer, lembra você empurrava mel e manga nas crianças e dizia:" desnutridos não vão ficar", sem energia elétrica (isso a gente até que gostava né! (rsrs) , aquelas casas de barro, crianças sem escola...e você os alfabetizava e também ensinava música...queria que a gente tivesse uma escola e que ensinasse arte, música e teatro (eles não tinham nem o que comer!!!), mas voltando....ao final da matéria li que a cartilha estava sendo dedicada a um professor, Samuel, e a você Paulo Kawall "ambos falecidos durante o projeto" - a coincidência era muito grande, ou eu que não queria adimitir? Liguei na casa do seu pai, ainda bem que foi a Maria que atendeu, e ela se lembrou de mim, fiquei feliz. Acho que eu não conseguiria falar com seu pai.

"Cemitério São Paulo - ahã".

Seu enorme coração não aguentou. Lembrei tantas coisas ontem. Lembrei de quando sua família passou aquele prédio enorme na Nove de Julho pra você cuidar. Os moradores não pagavam mais aluguel. Ao invés de você entrar com uma ação de despejo, mandou reformar todo o prédio e fez um acordo com eles deixando o aluguel bem baratinho. Tive muito orgulho de você.

Lembrei do seu apiário (lembra você correndo comigo no colo pra tirar minha roupa de astronauta porque uma abelha invadiu (rsrs), daquelas fotos que fiz no penhasco, nua com aquelas pedras e ossos - lembra daqueles ossos de gado? - jamais me esquecerei (me roubaram todas essas fotos!!!!), de quando subimos naquela montanha, de quando levava lanchinho pra mim no INDAC, de quando terminamos, eu morava com o Zé, e você ficou uns cinco dias dormindo enfrente a casa (rsrsr), da nossa viagem pra Campos do Jordão - aquele artista que morava na montanha (foi mágico), da viagem pra Ubatuba, das aulas de flauta - minha Yamaha fica aqui na sala. De vez em quando toco (rsrs) estou mentindo, raramente toco, esqueci muita coisa; melhor, quase tudo que aprendi. Fiquei alucinada por gaita, brinco mais com a gaita - vou guardar a flauta, presente seu, pro resto da vida, meu amigo. Faz tempo que partiu, mas como eu só soube ontem, pra mim é como se tivesse acontecido ontem. Com certeza já deve ter feito e está fazendo muito por aí.

Ainda não consegui parar de chorar, acredito que se fosse ao contrário, estaria acontecendo o mesmo com você. Meu grande amigo. Meu querido.

Aquela breja fica pra outro dia.

Nan.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
Jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade:
É tarde demais ...


(Agora leia de trás para frente)

Clarice Lispector

domingo, 19 de abril de 2009

Lugar bonito né. É o parque Estadual da Cantareira, ao fundo a Serra da Cantareira. Muita gente em São Paulo conhece, mas muitos não. Existem pessoas que acham que São Paulo é puro asfalto, mas temos muitos e muitos parques, e lindos.... muitas pracinhas e árvores.
Eu moro ao lado da Serra, bem como, ao lado do Horto Florestal. Tenho uma visão absurdamente linda do meu apartamento, pois além da mata, vejo a cidade, vejo até os prédios da Paulista. E muitas vezes com uma vontade imensa de estar lá. Sou extravagantemente urbana. Gosto de gente, movimento, luzes, bares, sons, enfim... Tenho saído bem pouco até mesmo pela distância. Não tenho carro, e táxi até aqui, bandeira 2 inclusive, é uma facada. Morei na Augusta (três quarteirões da Paulista), na Consolação, Heitor Penteado, R. Turiassú; morei perto da Av. Sumaré, não me lembro se foi na Apinagés, enfim... na muvuca, ou bem perto, como na Perdizes.
Esses dias fui até a imobiliária ver a possibilidade de mudar quando fizer um ano de contrato, mas fiquei sabendo que meu contrato é de 3 anos, eu não sabia, meu pai quem assinou "e não leu", mas não vou desistir. Aqui pago caro, nem tanto o aluguel, mas o condomínio, porque oferecem várias coisas (que eu não necessito inclusive): mais de um salão de festas, salão de jogos (meus amigos de Londrina que irião gostar, têm 3 mesas de sinuca, aquele joguinho, que eu adoro, dos bonequinhos jogadores (rsrs) aquele lá!) quadra, parquinho, salão de vídeo - eu mesma só uso a piscina, isto é, quando está muito quente porque aqui bate um vento! Na época eu tinha que morar nesse bairro (um papo de família, por causa do tratamento da Luci - minha irmã). Mas gracias, agora ela está muito bem. Alguns amigos, que encontro esporadiamente, sempre dizem "achei que não estivesse mais aqui, some, ninguém te vê". Pois é. tenho que arrumar uma solução pra isto.

sábado, 18 de abril de 2009


Verdade, beleza, silêncio

É o título para o ensaio de Paul Auster sobre a poeta Laura Riding , no livro "A Arte da Fome". Vou colocar aqui dois poemas da poeta que estão neste ensaio. Para quem tiver curiosidade em conhecer mais, tem um livro muito, muito bom "Mindscapes" onde se encontra bibliografia, poemas, textos de outros sobre a poeta, etc., o autor é Rodrigo Garcia Lopes pela editora Iluminuras.


Temos que aprender melhor

O que somos e não somos.

Não somos o vento.

Não somos cada humor errante que tenta

Nossas mentes ao abandono irrefletido do lar.

Temos que dinstinguir melhor

Entre nós e os estranhos.

Há muita coisa que não somos.

Há muita coisa que não é.

Há muita coisa que não temos que ser.

(de "The why of the wind")

____________________________________

Você fingiu estar vendo.

Eu fingi que você viu.

Chegamos assim por tais olhos -

E no mistério a dispor da linguagem.

*

Não havia vista por ver.

O que deve ser visto não é vista.

Você o transformou numa vista por ver.

Não é uma vista e essa foi a causa.

Agora, tendo visto, corremos os olhos

E uma bênção escura passe por nós -

Uma bênção lento-veloz ter visto

E dito e feito nem pior nem melhor.

(de "Benedictory")


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!...
E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!
Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar?
Também sou da paisagem...
Vago, solúvel no ar, fico sonhando...
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!


Mário Quintana - A Rua dos Cataventos


quarta-feira, 15 de abril de 2009

BRASIL ainda na SENZALA


E hoje pela manhã no Rio de Janeiro, na estação Madureira de trem, passageiros foram agredidos com socos, chutes e CHICOTADAS.

Eu não esperava, não imaginava tal atrasado. Lógico, sabemos o que ocorre em alguns lugares no norte e nordeste: coronelismo, trabalho escravo e condições precárias de sobrevivência. Mas em relação ao que aconteceu hoje (alguns passageiros disseram que não foi a primeira vez) só posso constatar que a Senzala tá instalada. Os agentes das agressões já foram demitidos. Mas fico pensando, do que adianta?
Sim, lógico que deviram ser demitidos, aliás, em minha opinião, mais que isto, deveriam ir pra trás das grades. Além do ato extremamente violento, cometeram atos de tortura!!!!!! Mas estou falando de outra coisa, tô falando dessa condição atrasada. Tanta coisa precisa ser mudada. Eu sinto muito. Tantos glamours, o Lula dizendo que somos chiquê porque tá emprestando dinheiro pro FMI, e digo: e aí? Eu não estou me sentido nada chiquê. Estou sim, me sentido envergonhada (já há algum tempo) de ser brasileira. Como tudo muda, espero mudar minha opinião e meus sentimentos; e tomara que num futuro próximo.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Pagando viagem...fala sério!!!!!




1958 - The S.S. Brasil arriving at the Porto do Rio de Janeiro during her maiden voyage. Praça Mauá is to the left of the ship.

O Rio de Janeiro em "1958" - como viram acima. Na época era a capital do Brasil (de 1763 até 1960).

Como vocês todos (acho que não todos, melhor, acho que poucos), ficaram sabendo, é que pagamos uma viagem por mês para nossos senadores irem para nossa "Capital Rio de Janeiro".

Eu não posso fazer as contas, estou ocupada agora e nos próximos dias.

É Brasil. É Brasil. Engraçado tava pensando no Cazuza agora, "Brasil mostra tua cara, quero ver quem paga..." (óbvio), e coincidentemente ele começa tocar no rádio...mas outra música, uma das mais belas dele " é por isso que eu chamo minha flor meu bebê..." e nesse clima, tentando não sentir tanta raiva, mas hiper indignada, vamos tocar o dia, que hoje começou pra lá de corrido....e pra mim já é de tarde. E o Rio de Janeiro, abaixo, hoje, delícia pra se visitar - abril 2009. Uma pergunta: quem vai pagar?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios.

Por isso, cante, chore, dance, ria
e viva intensamente...

Antes que a cortina se feche e
a peça termine sem aplausos.


Charles Chaplin

domingo, 12 de abril de 2009

Morri ontem.
Não, não cheguei a ter um enterro
ou fui cremada,
nem tanto jogaram meu corpo numa vala.

Cometi suicídio sim.
Mas renasci:
Esguia
Águia.
Lady Lázarus
- sem sudário.
Em minha obscuridade,
tal, Eostre, ou Ostera
(como quiserem).

O fato, é que milagrosamente estou aqui.

O dia hoje se faz nublado.
Que diferença isso faz?
Sol em excesso machucaria
e danificaria minhas células renovadas.

Eu, Águia,

ainda tenho unhas,
e a mais perfeita visão.
Voarei deste penhasco,
em busca de minha presa.

Satisfeita,
vou bater asas
até o Brooklyn -
estar com
Paul Auster.


(Nancy - data de hoje)

sábado, 11 de abril de 2009


OS AMANTES INADEQUADOS

Os meus amantes nunca
foram belos,
magros, de veias grossas,
esculpidos em osso,
dramáticos, ternamente trágicos
até ao sorriso.

Os meus amantes eram difíceis,
resistiam de modo selvagem
para logo se entregarem,
resignados e impossíveis,
com a altivez domesticada,
a cabeça em baixo
olhando o meu sexo,
destruídos pelo desejo
mais poderoso que o espírito.

Tristes.
Nenhum conquistou
os meus demónios,
abriu a minha folhagem débil
e entrou
para não sair.

Nenhum me fez fanática
do seu sexo,
me desviou a luxúria
para o centro da sua boca,
concentrou a surpresa
nos seus passos arrastados,
o prazer, no som
da sua voz categórica,
na gravidez dos seus olhos.

Nenhum me fez habituar-me aos seus costumes,
me criou a necessidade de o necessitar,
e por fim se ofereceu a ministrar-me
a dose de si mesmo que
me faria depender-lhe, nem
tampouco me instalou
um tumor benigno
no útero.

E agora tudo é diferente,
tudo é diferente.
E já não estou
Só.

Eva Vaz
(com tradução de Tiago Nené)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sexta-Feira Santa

Salvador Dalí - Cristo de San Juan de La Cruz - 1951

Abaixo Jesus Christ Superstar

(musical 1970 de Andrew Lloyd Webber)

Tradução Vinicius de Moraes - 1972.

É muito bom!

Clique e confira - são 11 músicas

Rádio UOL - "Jesus Cristo Superstar" de Vinícius de Moraes: Ouvir músicas

quinta-feira, 9 de abril de 2009


Fábula Curta


"Ai de mim!", disse o rato, _ "O mundo vai ficando dia a dia mais estreito". _" Outrora, tão grande era que ganhei medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira em que irei cair". _ "Mas o que tens a fazer é mudar de direção" disse o gato, devorando-o.


Franz Kfka


quarta-feira, 8 de abril de 2009

Marina Lima sempre

Ouço Marina Lima desde criança (gostava de música de gente grande (rsrsr) Rita Lee, por exemplo, eu cantava alucinadamente suas músicas balançando-me nos parquinhos).

Quando a Mor Marina perdeu a voz, fiquei muito, muito, triste e foi difícil acreditar. Para minha felicidade e de todos seus fãs, a voz voltou depois de 8 anos, se não me engano, em 2003.

Tô colocando seu site/blog aí ao lado.

E pra recordar, "Grávida" e o vídeo "O Chamado".

Só Clicar abaixo.


Grávida

(Arnaldo Antunes e Marina Lima)

Eu tô grávida
Grávida de um beija-flor
Grávida de terra
De um liquidificador
E vou parir
Um terremoto, uma bomba, uma cor
Uma locomotiva a vapor
Um corredor
Eu tô grávida
Esperando um avião
Cada vez mais grávida
Estou grávida de chão
E vou parir

Sobre a cidade
Quando a noite contrair
E quando o sol dilatar
Dar à luz
Eu tô grávida
De uma nota musical
De um automóvel
De uma árvore de Natal
E vou parir
Uma montanha, um cordão umbilical,
um anticoncepcional
Um cartão postal
Tô grávida
Esperando um furacão, um fio de cabelo,
Uma bolha de sabão
E vou parir
Sobre a cidade
Quando a noite contrair
E quando o sol dilatar
Vou dar a luz


terça-feira, 7 de abril de 2009

Dança do Cisne

O verdadeiro amor
é dourado
cintilante
prateado.

Amor
Resplandece
Restaura corpos
(in natura)
Inova almas
Ressuscita.

Amor brota
Enraíza
Floresce
Amor não morre
Nós morremos
Ele permanece.

(Nancy - há muitos anos atrás)

domingo, 5 de abril de 2009

Ladainha

Alice Ruiz
Composição: Alzira Espíndola, Estrela Ruiz
Leminski e Alice Ruiz

Era uma vez uma mulher
Que via um futuro grandioso
Para cada homem que a tocava.
Um dia
Ela se tocou...
Eu pensava que o amor
Me faria uma rainha
E quando você chegasse
Não seria mais sozinha.
Você chega da gandaia
Só pensando numazinha
Seu amor é pouca palha
Para minha fogueirinha.
O que você jogou fora
É para poucos
O meu mal foi jogar
Pérolas aos porcos.
Eu não sou da sua laia
Não quero sua ladainha
Pra ser mal acompanhada
Prefiro ficar na minha.

Augusto Boal

Antes mesmo de pensar em estudar arte dramática, já conhecia um pouco do Boal. Depois estudando teatro, descobri que muitos estudantes desta área não o conheciam: "Quem Nancy, Augusto Boal, não, não conheço, quem é?" ou, "Ah, aquele autor francês, mas ele ainda é vivo?" Bem, o que dizer? Pior uma pessoa que leciona literatura e português e é envolta com projetos literários, fechar uma conversa/discussão comigo: "imagina Hilda Hilst brasileira." me calo.

E voltando ao Boal, ao qual, Chico Buarque escrveu a carta/música "Meu Caro Amigo", quando esse estava exilado, que recebeu indicação ao prêmio Nobel da Paz 2008 e recentemente foi nomeado pela UNESCO Embaixador Mundial de Teatro, que nasceu ao dia 16/03/1931 no subúrbio da Penha, no RJ, e é um dos homens mais generosos e inteligentes que a humanidade já teve. Um "menino" cheio de energia, de gestos largos, espírito bem humorado, olhos brilhantes, paz no sorriso, e de sartisfação e segurança na sua arte. Realizei com ele, whorkshop, oficinas; fui a encontros, palestras e lançamento de livro. Uso de suas técnicas e exercícios (não somente do teatro do oprimido) quando dou aulas ou oficinas, principamente quando estou lidando com iniciantes. Muitas pessoas confundem o teatro do oprimido, ou mesmo não entendem, ou ainda desconhecem. E Boal vai além disto.

Se você clicar aí abaixo vai cair numa pequena matéria sobre a nomeação e poderá ouvir o próprio no dia.

Augusto Boal recebe da UNESCO título de embaixador mundial do teatro: "Dramaturgo, diretor e teatrólogo"

sexta-feira, 3 de abril de 2009

BANDA BLACK RIO(ORIGINAL) 1982 - MARIA FUMAÇA

Estou deveras cansada. Não sei se fico em casa quietinha lendo ou vou tomar uma breja pra relaxar. Enfim.... enquanto penso, tô postando aqui um vídeo da Black Rio no contexto original. Essa figura aí acima é o Barrosinho, um dos fundadores da banda Black Rio. Tocou com Tim Maia, Raul Seixas, etc., é considerado "mestre do Jazz" e é um dos maiores trompetistas que o mundo ouviu... e continuará ouvindo - pelos gravados; ele partiu no mês passado, aos 65 anos. Enfim... eu particularmente nem sabia que essa música "Maria Fumaça" se chamava Maria Fumaça, e é daquelas músicas que você vai estar velhinha (bem, digo eu) e ouvindo e amando e dançando - só quando ouvi a notícia da morte e coisas suas, isto na rádio Eldorado, que me toquei de quem se tratava. Infelizmente nossos músicos instrumentistas são bastante desprezados. Gosto muito de ouvir a rádio Eldorado porque, além de outras coisas, valorizam essa questão.

Se quiserem ver é só clicar aí abaixo - tá demorando um pouquinho pra carregar, acho que vale esperar (e eu será que vou ou que fico??? (rsrs)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Esse vento
É liberdade
É brisa
Que me toma
me dá o braço
e acaricia.

Rumoreja em meus ouvidos
essa música:
Jazz

(entrando no céu,
teclas batem na testa de Deus).

Areia cinza –
Os pés não afundam: asfalto, rua.
Gente, gente, gente, correndo...

Eu nem aí pra manada!

Indigentes na calçada
(Gaivotas desaceleradas – Larus Argentatus)

_ Avante, gente!
Nesse ritmo rente
Que nos toca e aproxima.


(Nancy 02/04/09)


quarta-feira, 1 de abril de 2009

!Arará! Histórias que os Ossos Cantam

Texto, direção, coreografia, cenário, figurino Maura Baiocchi
Iluminação Rodrigo Garcia
Produção Wolfgang Pannek
Elenco Mariana Maffei e Kleber Ribeiro

Assisti esse espetáculo na Galeria Olido. Adorei. Mariana e Kleber, apesar de estarem estreando na época, madaram muito bem. O texto é inteligente, um tanto sarcástico (no bom sentido), pesado e bem humorado ao mesmo tempo. A Mariana manda praticamente sozinha todo o texto, e o faz muito bem. As imagens nos levam para outro tempo, e ao final nos damos conta que estamos aqui, ou lá, sentados, com um nó na garganta.

Ambientada no ano 2222, durante a 'era da portunholização da sociedade e da cultura em todo o mundo', a peça satiriza conceitos como poder, misticismo, morte e reencarnação. Em cena: o moribundo Presidente (reumático, andróide e médium) da Liga Transgênica dos Adoradores da Mentira Principal, transforma os seus últimos momentos de vida em um evento público para que seu fim seja comemorado ao invés de lamentado: "Depois de morrer e transmigrar nove vezes como:Crisântemo, digo, Girassol da Rússia, Abelha Rainha, Abelha Operária, Tarzan, Osso Duro de Roer, Bambi, Pedra no Sapato, Lady Macbeth e finalmente como Presi-Dente da Liga Transgênica dos Adoradores da Mentira Principal, parto para o Além, de onde nunca mais poderei voltar", esclarece. Em estado de pré-coma, alterna lucidez com delírio, recebe entidades, psicografa A. Artaud, faz previsões, dança a dança dos mortos do México e compartilha seus últimos desejos com o seu solene assistente-enfermeiro, o Cambono, e com os fiéis e sócios (o público) da Liga. Essa tríade se une e proclama numa energizante e só voz, o grito de esperança que redime e salva a todos: !ARARÁ!

!Arará! Histórias que os Ossos Cantam
2 a 12 de Abril de 2009 - quinta a sábado: 21h domingo 21h
VIGA Espaço Cênico SP - Rua: Capote Valente, 1323 - entre rua Heitor Penteado e rua Amália de Noronha - Metrô Sumaré - fone: (11) 38011843